Suspensão do Telegram no Brasil

Na quarta-feira (26/04), o Telegram foi suspenso no Brasil pela Justiça Federal do Espírito Santo, após um pedido da Polícia Federal. A medida envolve uma investigação sobre neonazistas e foi tomada pois a plataforma “cumpriu apenas parcialmente a ordem judicial” de fornecer dados de participantes de grupos com conteúdo neonazista no aplicativo.

As autoridades querem dados e contatos dos integrantes desse grupo, mas os investigadores receberam informações parciais do administrador. A empresa também não incluiu os números de telefone nas informações compartilhadas.

Por isso, a Justiça Federal do Espírito Santo determinou a retirada da plataforma do ar e das lojas de aplicativos. Além do bloqueio, o Telegram terá que pagar multa de R$ 1 milhão para cada dia de atraso na entrega das informações.

Ontem (27/04), o o fundador e CEO do Telegram, Pavel Durov, se manifestou através de uma mensagem postada em seu canal no aplicativo, afirmando que a empresa recorreu da decisão e disse ainda que os dados exigidos são “impossíveis” de serem conseguidos. Durov não deu detalhes sobre os motivos que impedem o repasse das informações pedidas, mas alegou que a plataforma tem como missão “preservar a privacidade e a liberdade de expressão”:

“A missão do Telegram é preservar a privacidade e a liberdade de expressão em todo o mundo.
Nos casos em que as leis locais vão contra essa missão ou impõem requisitos tecnologicamente inviáveis, às vezes temos que deixar esses mercados. No passado, países como China, Irã e Rússia proibiram o Telegram devido à nossa posição de princípio sobre a questão dos direitos humanos. Tais eventos, embora infelizes, ainda são preferíveis à traição de nossos usuários e às crenças nas quais fomos fundados.
No Brasil, um tribunal solicitou dados que são tecnologicamente impossíveis de obter. Estamos apelando da decisão e aguardando a resolução final. Não importa o custo, defenderemos nossos usuários no Brasil e seu direito à comunicação privada”.

No momento, não há previsão de liberação do aplicativo.

 

Fontes: BBCNews Brasil, Tecnoblog e tudocelular

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